Existência de Deus Existência de Deus

Questão 6 – O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de ideias adquiridas?

Explore a Existência de Deus, instintiva mesmo em comunidades isoladas, desafiando a noção de mera educação.

Quando olhamos para o céu estrelado ou para as profundezas de nossas próprias almas, muitas vezes nos sentimos compelidos a buscar respostas para os mistérios que transcendem a própria vida. Vibrando em nosso íntimo, aquela sensação indescritível de que não estamos sozinhos no universo, de que uma força maior nos governa e orienta, põe-nos em um caminho de questionamentos e descobertas. Será esse sentimento uma chama inata ao ser ou uma mera fagulha acesa pela tradição e pela cultura que nos envolve desde o berço?

Questão 6 – O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de ideias adquiridas?

“Se assim fosse, por que também em vossos selvagens existiria esse sentimento?”

O Livro dos eSpíritos – allan kardec

Essa interpelação nos convida a desembrulhar a complexidade do ser e sua ligação com o divino. Se acreditar em Deus fosse meramente uma construção social, como explicar sua presença em culturas distantes e isoladas, onde a ideia de Deus brota selvagem e autêntica como a flora de uma terra virgem? Este questionamento nos leva a um mergulho incisivo na essência humana, buscando compreender se a centelha de divindade é parte intrínseca de nossa existência ou um reflexo da educação que recebemos.

Uma Intuição Universal do Criador

Na análise dessa questão, somos remetidos ao berço da história, onde distintas civilizações, não obstante o isolamento geográfico, converge de maneira espontânea para a crença em um criador ou em uma ordem sobrenatural responsável pela existência de tudo que há. É como se um fio invisível conectasse todas essas culturas, apontando para uma consciência superior que se faz perceber, mesmo não sendo ensinada.

Tomemos os ensinamentos de Jesus que nos falam do reino de Deus não como um espaço físico demarcado, mas como algo que está dentro ou entre nós, como consta no Evangelho de Lucas (17:21). Esse “reino” é, talvez, um testemunho dessa conexão intrínseca com o divino, que não precisa ser ensinada para ser sentida e reconhecida.

A Evidência Anímica em Múltiplas Perspectivas

Os registros sagrados de diversas culturas, como se vê na Bíblia e outros textos fundacionais, ecoam essa noção imanente de um poder criador. Allan Kardec, em suas obras fundamentais, abordou essa questão com o olhar voltado para a observação e a lógica aplicada à fé. Em “O Livro dos Espíritos”, ele explora essa ideia defendendo que Deus é uma intuição primitiva, ao invés de um ensinamento.

A evidência dessa crença natural faz-se presente ainda mais fortemente quando se observa comunidades que permaneceram à margem das grandes civilizações e que, sem contato com as doutrinas religiosas majoritárias, desenvolvem seus próprios sistemas de crença, em que a figura do “criador” ou “espíritos” está quase sempre presente.

Na obra “A Gênese”, aprofunda-se na discussão da existência de Deus sob uma ótica racional e filosófica, conciliando fé e razão, e sublinhando essa presença anímica como uma constatação universal, independente da camada social ou nível de instrução.

A Reflexão Contemporânea e as Implicações Espirituais

Nos dias atuais, diante do avanço científico e da secularização crescente, surgem visões alternativas acerca de Deus e da espiritualidade. Contudo, mesmo na era digital, onde a informação molda rapidamente nossas visões de mundo, a busca por um significado mais profundo da vida e a sensação de uma força maior persistem.

Ao contemplarmos a questão inicial sob a luz da razão e da experiência espiritual, desvelamos o quanto ela é fundamental para entender nossa posição no universo e o desenvolvimento espiritual. O sentimento íntimo da existência de Deus, essa voz que ecoa nos corações dos selvagens e dos sábios, sugere que estamos entrelaçados por uma tapeçaria espiritual que transcende a educação e a cultura. É um convite para que cada um de nós, busque aprofundar essa conexão, encontrando em nossa própria essência respostas para os enigmas que o céu estrelado nos propõe a desvendar.

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