A levitação no Espiritismo é um fenômeno em que objetos ou pessoas são suspensos no ar sem explicação material, resultado da atuação dos Espíritos através do ectoplasma de médiuns. Este fenômeno, estudado por Allan Kardec, demonstra a influência do invisível sobre o mundo físico e possui grande importância doutrinária, evidenciando a existência e ação dos Espíritos, além de exigir análise criteriosa devido a casos autênticos e fraudes.
A Levitação, fenômeno que intriga tanto cientistas quanto espiritualistas, é um dos mais impressionantes efeitos físicos observados no Espiritismo.
Relatos de objetos e pessoas erguidos sem auxílio material desafiam a compreensão comum das leis da gravidade.
Neste artigo, vamos explorar o conceito de levitação mediúnica. Vamos entender como os Espíritos manipulam o ectoplasma para isolar e suspender matéria.
Analisaremos episódios históricos marcantes — incluindo casos de fraude e comprovação científica — e refletiremos sobre o significado desse fenômeno para a doutrina e para o autoconhecimento espiritual.
O que é a Levitação no Espiritismo?
Levitação no Espiritismo é definida como o fenômeno pelo qual pessoas ou objetos são suspensos no ar sem qualquer explicação física convencional, contrariando as conhecidas leis da gravidade.
Este fenômeno é classificado como uma mediunidade de efeito físico, pois envolve a atuação direta de Espíritos sobre a matéria, geralmente por meio do ectoplasma doado por médiuns presentes.
Allan Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, descreve a levitação como um dos fenômenos mais notáveis do Espiritismo, ressaltando que sua ocorrência é rara e requer condições específicas, como a presença de médiuns de efeitos físicos e o ambiente propício à manifestação.
Ele afirma: “Os Espíritos podem, por meio de certos médiuns, suspender corpos inertes, e até mesmo pessoas, no espaço, sem apoio visível e contra as leis da gravidade” (Kardec, O Livro dos Médiuns, cap. IV e V).
Na prática, a levitação pode se manifestar em reuniões mediúnicas, quando cadeiras, mesas ou outros objetos se elevam sem contato físico aparente, ou, mais raramente, quando uma pessoa é erguida do solo. Esses episódios costumam ser acompanhados por testemunhas e, em alguns casos históricos, foram objeto de estudos científicos e relatos detalhados.
É importante destacar que o Espiritismo orienta a análise criteriosa desses fenômenos, pois a mediunidade de efeitos físicos, como a levitação, pode ser alvo de fraudes e enganos.
Por isso, os estudiosos espíritas recomendam sempre a observação rigorosa e o uso do discernimento para distinguir manifestações autênticas de meros truques ou ilusões.
- Levitação de objetos: mesas, cadeiras, instrumentos e outros itens suspensos no ar.
- Levitação de pessoas: fenômeno extremamente raro, mas documentado em alguns médiuns notáveis.
A levitação, portanto, é um convite ao estudo e à reflexão sobre a interação entre o mundo espiritual e o físico, mostrando que as leis naturais podem ser compreendidas sob novas perspectivas quando analisadas à luz da Doutrina Espírita.
Como os Espíritos Produzem a Levitação
A produção da levitação por Espíritos é um fenômeno complexo que envolve a manipulação de elementos sutis e energias presentes no ambiente e nos médiuns.
Segundo Allan Kardec e diversos estudiosos espíritas, o principal agente desse processo é o ectoplasma, uma substância semimaterial emitida principalmente por médiuns de efeitos físicos.
O mecanismo mais comum descrito pela literatura espírita consiste em os Espíritos envolverem o objeto ou a pessoa a ser levitada com uma camada de ectoplasma, isolando-o parcialmente da ação da gravidade.
Quando a mesa se destaca do solo e flutua no espaço sem ponto de apoio, o Espírito não a ergue à força braçal, mas envolve-a e penetra-lhe uma sorte de atmosfera fluídica que neutraliza o efeito da gravidade, como o faz o ar pelos balões e as cafifas.
(Livro dos Médiuns, cap. IV)
Camille Flammarion, astrônomo e pesquisador espírita, relata em suas observações que “os Espíritos podem, por meio do ectoplasma, criar espécies de braços ou instrumentos fluídicos invisíveis, capazes de erguer e transportar objetos” (Flammarion, O Desconhecido e os Problemas Psíquicos, 1900).
Essas “mãos fluídicas” atuam como extensões do pensamento do Espírito, que direciona a ação com precisão e intenção.
Em alguns casos, a força do pensamento é suficiente para suspender o objeto, sem a necessidade de formas visíveis ou palpáveis.
Em outros, instrumentos fluídicos mais complexos são formados, como bastões ou espátulas, que auxiliam no manuseio de objetos mais pesados ou volumosos.
Testemunhos de médiuns videntes relatam que, durante sessões de efeitos físicos, é possível visualizar o isolamento do objeto ou da pessoa, envoltos por uma névoa ou energia luminosa, evidenciando a atuação espiritual.
No entanto, o fenômeno é raro e exige, além do médium adequado, a permissão e o objetivo elevado dos Espíritos responsáveis.
Assim, a levitação demonstra que a matéria pode ser influenciada por forças ainda pouco compreendidas pela ciência material, mas explicadas à luz do Espiritismo, ressaltando a importância do estudo sério e da observação criteriosa desses fenômenos.
Casos Históricos de Levitação: Fatos e Fraudes
Ao longo da história, diversos casos de levitação foram registrados, despertando fascínio e ceticismo. O século XIX foi especialmente rico em relatos, tanto de fenômenos autênticos quanto de fraudes, o que reforça a necessidade de análise criteriosa sobre tais ocorrências.
Entre os médiuns mais conhecidos está Daniel Dunglas Home, escocês que realizou sessões notórias na Europa. Testemunhas ilustres, como o físico William Crookes, relataram ter visto Home levitar diante de plateias, atravessando janelas e pairando sobre o solo. Crookes escreveu: “Vi Home elevado completamente do chão, e permaneceu assim por alguns segundos” (Crookes, Researches in the Phenomena of Spiritualism, 1874). Apesar do rigor nas observações, muitos questionam se todos os episódios foram autênticos.
Outro nome importante é Eusápia Paladino, médium italiana estudada por cientistas como Cesare Lombroso e Camille Flammarion. Inicialmente, Eusápia produziu fenômenos impressionantes, mas posteriormente foi flagrada em fraudes, provavelmente motivada pela perda gradual de sua capacidade mediúnica e pelo desejo de manter sua reputação. Flammarion relata: “Eusápia alternava entre manifestações genuínas e truques, o que exige cautela na avaliação dos fenômenos”.
Casos similares ocorreram com Colin Evans, inglês, e Nina Kulagina, russa, ambos protagonistas de episódios de levitação que atraíram investigações científicas e, em alguns momentos, revelaram manipulações ou ilusões de ótica.
Esses exemplos mostram que, embora a levitação seja um fenômeno possível segundo o Espiritismo, a busca pela verdade exige discernimento, estudo e respeito pelos limites entre ciência, fé e sensacionalismo.
A Doutrina Espírita recomenda sempre a análise racional e a observação meticulosa para distinguir os fatos das ilusões.
Reflexões sobre o Fenômeno e sua Importância Doutrinária
O fenômeno da levitação vai além da simples curiosidade ou do espetáculo, tornando-se um convite profundo à reflexão sobre as leis naturais e espirituais.
Do ponto de vista doutrinário, a levitação é uma demonstração clara de que a matéria pode ser influenciada por forças inteligentes e sutis, ampliando nossa compreensão sobre a interação entre o mundo físico e o espiritual.
Allan Kardec, em sua obra “A Gênese”, destaca que “os fenômenos mediúnicos de efeitos físicos, como a levitação, são testemunhos da ação dos Espíritos sobre a matéria, servindo como provas materiais da existência e atuação do mundo invisível”.
Isso reforça a importância de não buscar nesses eventos apenas o sensacionalismo, mas sim o aprendizado e o amadurecimento espiritual.
Ao analisar a levitação sob a ótica da Doutrina Espírita, percebemos que o fenômeno serve para despertar a razão e a fé, mostrando que aquilo que foge à explicação científica atual pode ser compreendido à luz de conhecimentos mais elevados.
Como ensina Léon Denis, “a ciência do futuro será a do invisível, e a mediunidade, seu laboratório” (Léon Denis, No Invisível, 1909).
Em síntese, a importância doutrinária da levitação reside em sua capacidade de ampliar horizontes, inspirar investigações sérias e convidar à vivência dos princípios espíritas, como o discernimento, a humildade e o respeito às leis divinas.
O fenômeno, quando autêntico, é uma ponte entre o visível e o invisível, reafirmando a grandiosidade da Criação e o papel do ser humano como agente de evolução contínua.
- Despertar para o invisível: A levitação comprova que existem leis naturais ainda não totalmente conhecidas pela ciência materialista.
- Responsabilidade e ética: O uso do fenômeno deve estar sempre vinculado a fins elevados, evitando fraudes e explorações.
- Instrumento de aprendizado: Mais do que provas, os fenômenos são oportunidades de estudo e crescimento moral.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre Levitação no Espiritismo
O que é levitação no contexto espírita?
Levitação é o fenômeno em que pessoas ou objetos são suspensos no ar sem explicação física convencional, sendo atribuída à ação dos Espíritos utilizando ectoplasma.
Como os Espíritos conseguem produzir a levitação?
Os Espíritos manipulam o ectoplasma doado por médiuns para isolar o objeto ou pessoa da gravidade, utilizando mãos fluídicas ou a força do pensamento.
Há casos históricos comprovados de levitação?
Sim, existem relatos como os de Daniel Dunglas Home e Eusápia Paladino, que foram estudados por cientistas, embora também haja registros de fraudes.
Por que muitos fenômenos de levitação são considerados fraudes?
A mediunidade de efeitos físicos é suscetível a truques e ilusões, levando pessoas a simular fenômenos para obter fama ou manter reputação.
Qual a importância da levitação para a Doutrina Espírita?
A levitação demonstra a atuação dos Espíritos sobre a matéria, ampliando o entendimento sobre as leis naturais e espirituais.
A levitação pode acontecer em qualquer reunião mediúnica?
Não, é um fenômeno raro que depende de médiuns específicos, condições adequadas e da permissão dos Espíritos superiores.
